sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

SABORES

Picanha ao Sal Grosso

Ingredientes:• 1 Peça de Picanha (1Kg e 200g)
• 1 Pacote de Sal Grosso

Preparo:
Espalhe o sal grosso no fundo de uma assadeira. Coloque a picanha com a gordura voltada para cima e cubra totalmente com o sal grosso. Leve ao forno médio por, aproximadamente, 1 hora. Após assada quebre o sal, retire a picanha e fatie.

A PICANHA

O homem que inventou o churrasco de picanha tem o seu lugar cativo no céu. Dizem que foi numa manhã de domingo (a picanha não pode ter sido criada em outro dia da semana), que o sujeito observou um pedaço inteiro de alcatra e percebeu que podia tirar dali o mais apreciado corte de carne brasileiro. Na sua frente, na alcatra, uma porção cerca de um quilo valeria uma cadeira no paraíso. E então este homem soube escolher o local do corte. Ao separar o restante da alcatra daquele naco de carne que um dia viria a ser conhecido por picanha, o inventor havia percebido uma maciez incomum numa das pontas da peça. O novo corte de carne também possuía marmorização das fibras, ou seja, grande quantidade de gordura entre os veios do corpo bovino. Esta gordura daria logo mais, quando o pedaço de carne estivesse devidamente assado, suculência e sabor à peça. De um dos lados da picanha, há uma espessa capa de gordura. Novamente a gordura, condenada pelos médicos e absolvida pelos apreciadores do bom churrasco, ajudaria o novo corte de carne a se destacar entre os demais pedaços do boi. Com a prática, é provável que o inventor tenha percebido a dinâmica do churrasco de picanha. Para obter uma peça mal passada, a carne deve ir ao fogo com a gordura para cima. Ao final, virando-a de cabeça para baixo, apenas deixe a capa de gordura ganhar crocância. Especialistas garantem que este é a maneira mais garantida de se obter uma picanha ultra suculenta. Se a preferência pela carne ao ponto, a gordura deve estrear no fogo virada para baixo. Para honrar a tradição do primeiro picanheiro, o consumidor deve estar atento às medidas da peça. A picanha pesa 1,5 quilo, no máximo, e tem cerca de 25 centímetros de comprimento no seu formato triangular (foto acima). Passando destes valores, é provável que o açougueiro esteja lhe empurrando um belo naco de coxão duro no pacote. E esta prática rende assento vitalício nas chamas do inferno.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

LEIO E RELEIO


O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

LEIO E RELEIO


Nada que sou me interessa

NADA QUE SOU me interessa.
Se existe em meu coração
Qualquer que tem pressa
Terá pressa em vão.

Nada que sou me pertence.
Se existo em que me conheço
Qualquer cousa que me vence
Depressa a esqueço.

Nada que sou eu serei.
Sonho, e só existe em meu ser,
Um sonho do que terei.
Só que o não hei de ter.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

LEIO E RELEIO


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:

"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

sábado, 7 de outubro de 2006

LEIO E RELEIO


Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!

Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...

Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, 'stou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!

terça-feira, 3 de outubro de 2006

LEIO E RELEIO


No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,

Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhaslágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses!
Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos. Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

sábado, 9 de setembro de 2006

LEIO E RELEIO


MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

MOVIE

Continuação da lista:

31 - Lawrence da Arábia
32 - Rastros de Ódio
33 - Os Imperdoáveis
34 - A Ponte do Rio Kwai
35 - O Cantor de Jazz
36 - Sem Destino
37 - Laranja Mecânica
38 - Perdidos na Noite
39 - Amor Sublime Amor
40 - Crepúsculo dos Deuses

Segue

terça-feira, 29 de agosto de 2006

CANTOS


Nem todas as cidades têm os seus encantos, mas todas elas possuem os seus "cantos". Algumas possuem os dois: Os encantos e os cantos. Aliás o bom das cidades são os seus "cantos"! São aqueles locais em que você "se soca" e fica tranqüilo, como se fosse um morador do local. Fica apreciando gestos, costumes, maneiras, invariavelmente bebendo. São aqueles locais onde geralmente o morador da terra sempre está presente e tem algo a lhe ensinar ou pra contar. Em Colônia, na Alemanha, fiquei sabendo de uma lenda que deu origem a uma fonte que é um local muito procurado pelos turistas e seria uma espécie de marco inicial da cidade, a Heinzelmännchenbrunnen ou: A Fonte de Leprechaun
Reza a lenda que na cidade, no seu início, quando todos dormiam, uma infinidade de anões realizavam o trabalho necessário para manter a estrutura do local. Ao amanhecer as coisas estavam prontas e o povo não tinha nada a fazer. Certa noite uma mulher curiosa em desvendar o mistério de que tudo na cidade amanhecia pronto, saiu com uma lanterna para saber o que acontecia e descobriu o segredo. A magia terminou e nada mais foi como antes. A cidade e os seus habitantes tiveram, a partir da descoberta da mulher curiosa e bisbilhoteira, ter que mudar o seu modo de vida, baixar a cabeça e só pensar em trabalho. Assim teria nascido a cidade de Köln, uma das mais antigas da Alemanha. Bem em frente a Fonte de Leprechaun, que tenta reproduzir em monumento a lenda, fica uma das cervejarias mais visitadas da cidade, mas é um "canto" dos habitantes de Colônia, mesmo que muitos turistas estejam por lá todos os dias. Ali, num canto, você bebe "Kolsch" até colocar uma "bolacha" sobre o copo e o garçon entender que você não quer mais. Na foto, o canto de Colônia que é um encanto. Está criado no "blog" a editoria "canto das cidades". Toda a cidade tem o seu canto, as vezes muito mais do que os encantos.

sábado, 26 de agosto de 2006

MOVIE

A minha lista:
1 - Casablanca
2 - Cantando na Chuva
3 - O Poderoso Chefão (a trilogia)
4 - Dr. Jivago
5 - Caçadores da Arca Perdida
6 - As Vinhas da Ira
7 - Taxi Driver
8 - O Silêncio dos Inocentes
9 - Assim Caminha a Humanidade
10 - Adivinhe Quem Vem Para Jantar ?
11 - A Um Passo da Eternidade
12 - King Kong (o primeiro)
13 - Tubarão
14 - Apocalipse Now
15 - ...E o Vento Levou
16 - Cidadão Kane
17 - O Sol é Para Todos
18 - Janela Indiscreta
19 - Os Brutos Também Amam
20 - Se Meu Apartamento Falasse
21 - O Franco Atirador
22 - Luzes da Cidade
23 - Sinfonia de Paris
24 - Butch Cassidy
25 - 2001: Uma Odisséia no Espaço
26 - A Primeira Noite de Um Homem
27 - A Lista de Schindler
28 - Contatos Imediatos do Terceiro Grau
29 - Os Melhores Anos de Nossas Vidas
30 - Psicose

Segue

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

RACISMO, CONSTITUIÇÃO E IGUALDADE

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes...

E aí segue...

Em Porto Alegre alguns querem ser mais iguais...

TCE-RS manda prefeitura de Porto Alegre exonerar professores admitidos por lei de cotas

Sob a alegação de que a medida é inconstitucional, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Grande do Sul determinou que a Prefeitura de Porto Alegre exonere dez professores nomeados no ano passado em razão de cota prevista em lei municipal.
A Lei Complementar 494, de 2003, determina que negros têm direito a 12% de vagas nos concursos públicos de Porto Alegre. O relator do processo no TCE, Pedro Henrique Poli de Figueiredo, diz que a decisão não tem conotação racial, mas se baseia "na análise técnica e jurídica da questão", que, segundo ele, mostra haver ilegalidade por ferir o princípio constitucional da igualdade. A Lei Complementar 494/2003 considera afro-brasileira toda pessoa que assim se declare. Se houver a comprovação de que a declaração era falsa, o candidato perde o direito à cota e, conseqüentemente, à inscrição ou ao emprego.
Como ainda cabe recurso, os professores serão mantidos em seus cargos, até eventual confirmação da determinação. Enquanto isso, eles já se organizam para ter apoio de políticos e grupos de defesa dos direitos dos negros. Caso o pleno do TCE, para onde seguirá o recurso, mantenha a decisão, haverá ainda a possibilidade de a prefeitura entrar com processo judicial, o que poderia levar o caso ao STF (Supremo Tribunal Federal), por se tratar de tema constitucional.